Tecnologia
Roubo leva a ‘corrida’ para bloquear o Pix
As quadrilhas têm lucrado tanto com transferências por Pix que o crime atraiu a atenção do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo a Polícia Civil de São Paulo.
Desde que o Pix, ferramenta de pagamento instantâneo do Banco Central, se popularizou no País, os roubos e furtos de celular passaram a ser seguidos de uma “corrida contra o tempo” para que a vítima bloqueie os aplicativos de banco o quanto antes. Se não conseguir, o aparelho pode ser destravado por quadrilhas especializadas que invadem contas bancárias, ampliando o prejuízo de quem ficou sem celular.
As quadrilhas têm lucrado tanto com transferências por Pix que o crime atraiu a atenção do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo a Polícia Civil de São Paulo. De acordo com Anderson Honorato, delegado assistente da 2.ª Delegacia do Patrimônio, o Pix se tornou o “negócio da moda”. Por isso, é cada vez mais necessário saber o que fazer em caso de roubo ou furto de celular e como evitar ser alvo desse tipo de crime.
Como notificar
Quando o celular é roubado, o recomendado é que a vítima acione o banco imediatamente para pedir o bloqueio do aplicativo e das transferências. Isso pode ser feito por telefones listados na internet ou por outros canais em sites das instituições financeiras. A depender do caso, o banco pode até reter a transferência antes que o dinheiro vá para contas de laranjas.
Outro passo complementar é trocar as senhas de todos os aplicativos que possam ter informações sensíveis, como e-mail, e notificar a operadora de telefonia. Quando o pedido é validado pela operadora, é feito o bloqueio da linha, evitando o acesso a informações do chip para que os criminosos não entrem em contato com pessoas pelo celular para aplicar mais golpes. Recentemente, cresceu, por exemplo, a ação de golpistas que se passam pelas vítimas para pedir empréstimos pelo WhatsApp.
Para fazer o bloqueio completo do celular, a operadora pode pedir dados pessoais, número do boletim de ocorrência e o IMEI, sigla para International Mobile Equipment Identity, que é um registro de identificação próprio de cada aparelho. Ele possibilita que o bloqueio seja feito mais rápido. Caso não tenha o IMEI do clelular, o usuário pode obtê-lo discando o comando *#06# no telefone. O número é informado logo em seguida.
Desde abril de 2021, é possível controlar o limite no sistema de Pix, reduzindo ou aumentando o valor disponível para transações. Como medida de segurança, o BC fez uma série de mudanças no Pix em agosto do ano passado. O limite do sistema de pagamentos passou a ser de R$ 1 mil para operações entre 20h e 6h.
Celular na rua
Como mostrou o Estadão, a Bela Vista, bairro da região central de São Paulo, tornou-se um epicentro de golpes envolvendo Pix, de acordo com o delegado Anderson Honorato. “Na (Avenida) Paulista, tem o pessoal falando no celular, aí passa o cara de bicicleta e rouba, tem cara que se especializa em quebrar vidro de carro”, explica.
O delegado dá algumas dicas para esse tipo de caso. Primeiro, é importante não deixar o aparelho exposto. Também é recomendável não falar ao celular em local desabrigado na rua, sobretudo quando estiver só. Caso seja necessário usar o celular, busque entrar em um comércio. No caso de quem está de carro ou em ônibus, é recomendado não deixar o celular desguarnecido ou os vidros abaixados em um local movimentado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.