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Por que não há paz?

Um breve contexto histórico

Daniel R. Schnaider

Golda Meir, ex-primeira-ministra de Israel, nos anos 70 disse que “se os palestinos baixarem as armas haverá paz, se Israel baixar as armas não haverá mais Israel”. Isso mostra a total falta de simetria no conflito israelense-palestino.

O povo judeu vem de dois milênios de perseguição. Em sua maioria, as rezas e cantos são agradecimentos a Deus por livrar nossos antepassados da escravidão imposta pelo Faraó do Egito; e de lá pra cá, tiveram a destruição do primeiro templo (Bâbilonia) pelos romanos; o exílio, a disperção dos judeus pelo mundo; a inquisição na Espanha onde judeus poderiam se converter ou eram expulsos; os pogroms na Russia; e o pior dos pesadelos, o assassinato em massa de seis milhões de judeus, incluindo um milhão de crianças pelo regime Nazista.

Após a segunda guerra, os judeus conseguiram ter seu estado, processo que se iniciou com Theodore Hertzel, com o primeiro congresso sionista no final do século 19, onde se acreditava que a perseguição apenas iria acabar quando o povo judaico tivesse seu proprio país.

Hertzl estava parcialmente certo, mas também errado. Israel foi atacado na Guerra de Independência (1984); no conflito do Canal de Suez (1956);na Guerra dos Seis Dias (1967), onde todos os países árabes atacaram Israel simultaneamente; na guerra de Yom Kipur (1973);  na Primeira Guerra do Líbano (1982); nos ataques de mísseis de Sadam Hussein (1991); na Segunda Guerra do Líbano (2006); agora, na guerra contra o Hamas (2023). A tentantiva de apagar o povo judeu continua, mas diferente do passado, Israel construiu uma das mais poderosas forças de defesa do mundo, e prevaleceu em todos os conflitos armados.

Judeus são aproximadamente 15 milhões no mundo, mais ou menos o mesmo número que existia antes do começo da Segunda Guerra Mundial – 16,5 milhões, e depois se tornaram 11 milhões. E, embora o número percentual signifique 0,2% das pessoas no mundo, a representatividade é gigante em diversos termos, como exemplo, no Prêmio Nobel, em que colaboram com 25% do total. Ainda, podemos exaltar toda tecnologia e inovação que é desenvolvida em Israel, usada todos os dias por você!

Nos anos 90, o então primeiro-ministro de Israel e antes General das Forças Armadas na Guerra dos Seis Dias, Itzhak Rabin, começou o processo de pacificação com os palestinos por meio do acordo de Oslo. Assinou um acordo de paz com a Jordânia (que procedeu o acordo de paz com o Egito, assinado em 1979, por Menahem Begin), e mais tarde foi executado durante um protesto a favor da paz, mas não por um palestino, e sim por um judeu extremista em 1995. Eu me lembro bem, estava lá.

No ano 2000, o então primeiro ministro de Israel, Ehud Barak, fez uma jogada política, em minha opinião brilhante, que vinha descobrir se os palestinos falavam sério ou não na questão da paz. Fez uma oferta sem precedentes aos palestinos, incluindo uma parte de Jerusalém, atendendo talvez a 99% de suas demandas. Yasser Arafat, ex-presidente palestino, não aceitou e se deu início a segunda intifada (literalmente ‘agitação’ leia-se violência gratuita).

Tirando o atual primeiro-ministro de Israel, que aparentemente quer ficar no trono até seu último dia de vida, um populista anti-democrático que se preocupa apenas como ele mesmo, todos os outros primeiro ministros nos 75 anos de história de Israel tinham interesse em chegar a um acordo de paz definitivo com os países árabes em geral e com os palestinos especificamente.

O mesmo infelizmente não pode ser dito sobre a liderança palestina, que na maior parte do seu tempo, tinha como principal objetivo a destruição total do estado judaico-democrático de Israel e sua população. Enquanto a opinião pública desconhecer os detalhes desta história irão acusar o herói de ser vilão. A paz não existe simplesmente porque a liderança palestina não a deseja ou não tem competência de articulá-la.

*Daniel R. Schnaider – veterano da 8200 – Unidade de Inteligência de Elite de Israel, desvenda as complexidades da geopolítica e das políticas públicas por meio da estrutura analítica dos sistemas dinâmicos. Como um especialista reconhecido em otimização da cadeia de suprimentos impulsionada pela IA, ele traz uma perspectiva multifacetada para assuntos globais.

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