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Para centralizar dívidas na Justiça, Corinthians explicou por que montou ‘time robusto’, reconheceu folha ‘imensa’ e falou em ‘cenário caótico’

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Francisco De Laurentiis

Corinthians conseguiu medida similar à de Cruzeiro, Botafogo, Vasco e Portuguesa para centralizar execuções judiciais e impedir bloqueios

Em 15 de março, o Corinthians anunciou que conseguiu na Justiça a centralização das execuções de dívidas cíveis. Isso significa que o clube pode renegociar dívidas de forma unificada, permitindo um planejamento financeiro mais eficiente, por meio de um plano de pagamento para credores. Também não poderá mais haver bloqueios de ordem civil dos bens e receitas do clube.

Com a centralização das execuções, os pagamentos serão feitos aos credores no prazo de seis anos, período que poderá ser estendido por mais quatro anos, desde que o clube paulista comprove a liquidação de pelo menos 60% do passivo inserido no regime de centralização das execuções.

Na petição enviada ao TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), à qual o ESPN.com.br teve acesso, o Timão reconheceu que possui uma folha de pagamento “imensa” atualmente e pediu alívio das penhoras e bloqueios para conseguir mitigar a “perpetuação do cenário caótico” vivido pelas contas da agremiação.

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Ao mesmo tempo, a equipe do Parque São Jorge justifica o motivo de, mesmo vivendo cenário complicado financeiramente, ter montado um “time robusto” para a temporada 2022, com vários jogadores caros e de renome, como Willian, Renato Augusto, Paulinho e Róger Guedes.

O Corinthians ainda salienta que foi obrigado a inadimplir com alguns contratos durante a pandemia de COVID-19. A justificativa é que a maior parte de suas receitas foi “estancada” principalmente durante 2020, o que levou o time a priorizar o pagamento a seus funcionários e atletas, já que muitos são “arrimo de família”.

Confira alguns trechos da petição:

“Não trafega sob luz alvacenta a informação de que o Sport Club Corinthians Paulista atravessa delicado momento financeiro, não obstante tenha conseguido erigir robusto time de futebol, com o qual espera receber recursos advindos de premiações desportivas e patrocínios em geral”

“Corolário disso é que, não obstante os esforços empreendidos, o postulante acumulou considerável passivo de ações de execução e de outros processos que hoje estão em fase de cumprimento de sentença, causando um imensurável problema de administração financeira do clube, que constantemente é alvo de penhoras sobre receitas advindas de patrocinadores ou bloqueios judiciais em ativos financeiros”

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“Mas, longe de navegar em águas tranquilas, o postulante ainda é assolado com restrições à percepção de recursos financeiros que espocam aqui e ali, provocando toda sorte de problemas para o departamento de futebol, que necessita do recuso bloqueado para a liquidação não só da imensa folha de pagamento, mas para a liquidação de parcelas de outros acordos e dívidas em curso”

“Portanto, a fim de evitar que processos em execução e em fase de cumprimento de sentença tenham o condão de perpetuar o cenário caótico para o postulante, bem como para melhor equacionar as dúvidas e cumprir com suas obrigações assumidas, este pretende buscar a instauração do Regime de Centralização de Execuções Cíveis”

No processo, o Corinthians ainda anexou decisões similares de centralização de execuções cíveis concedidas a vários outros clubes que vivem momentos financeiros complicados, como Cruzeiro, Botafogo, Vasco e Portuguesa.

Quando conseguiu a decisão favorável na Justiça, o clube alvinegro usou seu site oficial para celebrar o fato e afirmou que isso será essencial para a agremiação colocar as contas em dia.

“A instituição desse regime faz parte do compromisso da gestão Duílio Monteiro Alves de estruturar as dívidas do clube, com colaboração decisiva da Diretoria de Negócios Jurídicos, liderada por Herói Vicente. A adoção do regime de centralização evitará as penhoras e constrições judiciais que inviabilizam parte significativa do planejamento financeiro do Corinthians”, escreveu.

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Fonte:ESPN

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