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2 anos agoon
“Eu tinha dentro do carro, em várias bolsas, na gaveta da cozinha, no bolso da calça. Uma dependência tão absurda que quando faltava, eu pirava. Eu passei a ter algumas alucinações, crises de ansiedade.”
O relato acima é da cantora Solange Almeida sobre o vício em cigarro eletrônico. Ao episódio #745 do podcast O Assunto, a artista contou sobre os sintomas que a fizeram chegar muito perto de destruir tudo que conseguiu em 30 anos de carreira na música.
“Eu sentia uma falta de ar absurda. Eu não conseguia deglutir, era desesperador para mim. A minha voz praticamente sumiu, eu evitava cantar, pensei até em desistir porque eu tinha vergonha que a voz não chegava.”
Solange conseguiu parar e abandonar o cigarro eletrônico, mas não sem sequelas.
“Deixar de usar não foi tão fácil como eu imaginei que seria. Tive que procurara médicos, fazer tratamentos psicológicos, respiratórios. Até hoje faço tratamento de terapia vocal. O meu pulmão foi se recuperando. Aos poucos a minha voz foi voltando. Até hoje eu ainda faço uso de remédio contra a depressão, contra pânico, contra ansiedade. E tudo isso foi decorrente do cigarro eletrônico.”
No episódio, Natuza Nery também conversa com Jaqueline Scholz, professora livre docente da Faculdade de Medicina da USP e diretora do programa de treinamento contra tabagismo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, que lista os riscos do produto. “Basicamente, a dependência, a precocidade, a intensidade da dependência.”
“O cigarro comum, que é uma coisa perversa, que a humanidade combate e sabe dos malefícios, não causa uma morte tão precoce quanto esse produto.”
“Infelizmente, essa ideia da segurança, de que esse produto é inócuo, de ‘olha aqui, tem cheirinho de planta, de frutinha, aroma, gosto, é algo que é inofensivo’ é absolutamente equivocada. De seguro, [o cigarro eletrônico] não tem absolutamente nada.”
Foto: Bruna Couto/g1
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