Febre de 15 dias e dor de garganta intensa: saiba quais são os sintomas da ‘doença do beijo’
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Casos de mononucleose em Salvador preocupam especialistas antes do Carnaval.
Antes do início oficial do Carnaval, o número de casos da “doença do beijo” preocupa especialistas em Salvador. A mononucleose, transmitida pelo vírus epstein-barr, provoca febre de até 15 dias, além de dor de garganta intensa. As aglomerações durante o Carnaval contribuem para o aumento de casos. Confira abaixo as principais dúvidas sobre a doença.
Os principais sintomas da doença são febre, dor de garganta forte, mal-estar, dores no corpo e gânglios aumentados (ínguas) no pescoço. Além de manchas pelo corpo e dor abdominal. Os sintomas da mononucleose se confundem muito com gripe, covid e sífilis, daí a importância de buscar atendimento médico.
“Um dos sintomas mais frequentes é a febre persistente, que pode durar durante 10 e 15 dias, chegando até a um mês. Ela começa com altas temperaturas, mas diminui conforme o tratamento”, explica a médica infectologista Clarissa Cerqueira.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com exame clínico e exames de sangue.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para a doença, que costuma afetar o organismo durante duas semanas. Durante esse período, medicamentos são utilizados para reduzir os sintomas. Os remédios utilizados são analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios.
O beijo é a única forma de contrair a doença?
Não. É o contato com gotículas respiratórias que transmite o vírus. Além do beijo, o contágio ocorre através de tosse, espirro e fala. O compartilhamento de copos, canudos e talheres também podem transmitir a doença.
A mononucleose é uma IST?
A doença não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), uma vez que pode ser transmitida através de outros meios, com o compartilhamento de objetos.
Complicações
Uma vez no organismo, o vírus invade as células que revestem o nariz e a garganta, causando a proliferação de um tipo específico de glóbulos brancos, as células mononucleares. Casos agudos da doença podem provocar problemas no baço e fígado, devido ao aumento do tamanho dos órgãos.
O médico infectologista Claudilson Bastos explica que a complicação mais grave é a ruptura do baço. “Ela pode ocorrer espontaneamente, sem trauma, e é mais comum nas primeiras semanas após o início dos sintomas. A taxa de mortalidade, em caso de ruptura, é significativa”, explica.