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Política

ELEIÇÕES 2022: Tarcísio nega golpismo de Bolsonaro e diz que ele não atrapalha sua campanha

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Tarcísio de Freitas é pré-candidato ao Governo de São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O pré-candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (30) que “não há nenhum tipo de golpismo, fala golpista, risco de golpe” por parte do chefe do Executivo federal -apesar de repetidas insinuações golpistas feitas pelo mandatário.

O ex-ministro da Infraestrutura disse ainda que a sua ligação com Bolsonaro não deve atrapalhá-lo na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. “[O elo] tem me ajudado, não me limitado”, afirmou Tarcísio, ao ser questionado se a alta rejeição e reprovação ao presidente e à gestão federal podem limitar o crescimento de sua candidatura ao governo paulista.

As declarações de Tarcísio foram dadas a jornalistas após uma sabatina da qual ele participou na Associação Comercial de São Paulo na manhã desta segunda-feira.

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Na conversa, o pré-candidato disse que deve rever políticas de segurança pública como o uso da câmera em policiais militares e que deve montar um secretariado “bem feminino” -ainda que não tenha dado mais detalhes sobre a proporção de mulheres que irá compor as gestões das pastas estaduais.

O pré-candidato afirmou ter certeza de que o Brasil vai “passar por um processo eleitoral que vai seguir o seu curso normal”.

“É importante a gente ter isso em mente e não começar a levantar hipóteses sobre coisas que de fato não ocorrem, nunca ocorreram”, defendeu o bolsonarista. “O Brasil segue seu curso, as instituições são fortes. Já tivemos ‘n’ demonstrações a esse respeito.”

Na semana passada, pesquisa feita pelo Datafolha mostrou que 56% dos brasileiros dizem que é preciso levar a sério ameaças golpistas feitas por Bolsonaro, como seus recorrentes ataques às urnas eletrônicas e ao Poder Judiciário.

“O presidente sempre jogou dentro das quatro linhas [da Constituição, expressão usada pelo presidente]. Ele é um produto da democracia e tem agido conforme as regras democráticas.”

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Ainda segundo pesquisa Datafolha, uma parcela de 55% da população considera que é preciso se preocupar com a possibilidade de Bolsonaro tentar invalidar as eleições.

Além do discurso que põe em xeque a integridade do sistema, o que vai na contramão de especialistas em segurança e do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bolsonaro agiu para incluir as Forças Armadas no acompanhamento do processo e disse que seu partido colocará uma empresa para fazer uma auditoria privada.

Na semana passada, Bolsonaro disse o ministro Alexandre de Moraes é “parcial” para assumir a presidência do TSE nas eleições deste ano. Questionado se poderia se comprometer a aceitar o resultado das urnas eletrônicas independentemente do resultado, mesmo que não seja reeleito, o mandatário não respondeu.

Pesquisa Datafolha de abril para o Governo de SP mostrava, em um dos cenários, Fernando Haddad (PT) com 29%, seguido por Márcio França (PSB), com 20%, Tarcísio, com 10%, e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), com 6%.

Para tentar atrair o eleitor paulista que rejeita Bolsonaro, Tarcísio tem como estratégia apontar “as coisas boas que aconteceram” no atual governo federal.

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“É natural que haja alguma rejeição ao mandatário da vez. O Brasil enfrentou, como todo mundo, crises muito graves, e as pessoas não conseguem fazer essa separação”, argumenta Tarcísio.

“Não percebem que, no final das contas, você atacou várias razões para o baixo crescimento estrutural, que se plantou muito. Então um dos meus papéis vai ser mostrar as coisas boas que aconteceram. As reformas que foram aprovadas, o quanto a gente avançou em determinadas áreas. Trazer uma outra perspectiva de algo que não vem sendo falado”, disse.

“É uma forma de trabalhar essa questão do presidente, que eu acho que é um governo que entregou muito, tem muito acerto, muito mais acerto do que erro. E esses acertos foram fundamentais para suplantar um momento que para o Brasil e para o mundo foi muito difícil”, afirmou o ex-ministro.

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