Tecnologia
Como a tecnologia pode agilizar processos logísticos e desburocratizar o setor?
Rafael Dantas (*)
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No mundo atual não há mais espaço para resistência às novas tecnologias. Se antes da Covid-19 alguns profissionais temiam ficar obsoletos ou serem substituídos pelos robôs, a realidade nos mostra que homens e máquinas podem ser bons aliados na transformação de culturas e processos. Imagine o que seria de todos nós se não fosse o e-commerce durante o isolamento social? Como o trabalho remoto/híbrido daria certo durante tanto tempo se não investíssemos em conectividade e em uma boa infraestrutura em nuvem?
Diversos setores da economia têm experimentado um movimento de transformação cultural, que impacta diretamente na adoção de novas tecnologias para automatizar processos, agilizar entregas, personalizar o atendimento e oferecer uma melhor experiência ao cliente. Em níveis e complexidades diferentes, as corporações se movimentaram para se manterem competitivas num cenário de muitas incertezas e extremamente dinâmico.
No setor logístico, a situação não foi diferente. Se no início da pandemia a demanda por produtos e insumos caiu, poucos meses depois ela cresceu de maneira exponencial, acompanhada dos aumentos dos fretes e de gargalos logísticos, que levaram o comércio exterior e toda a cadeia a se reinventarem tendo a tecnologia como meio para garantir, dentro do possível, fluidez aos negócios e qualidade nas entregas.
Algumas empresas, como a Asia Shipping, investiram ainda mais em soluções tecnológicas como o Electronic Data Interchange (EDI), que permite a integração com os sistemas dos clientes a partir da troca de arquivos. Por meio de linguagens de programação, a multinacional brasileira criou EDIs conectadas à plataforma global, que propiciam ao cliente alguns diferenciais: substituição dos recebimentos via e-mail por troca de informações em canais digitais; redução do tempo destinado às reuniões, agilidade na disponibilização e acesso aos dados, mais segurança e integridade às informações. No fundo, o principal objetivo é desburocratizar os processos e agregar mais valor ao cliente nos momentos de tomada de decisão.
Com as APIs, também conhecidas como Interfaces de Programação de Aplicações, os clientes podem integrá-las aos seus sistemas para consultar, em tempo real, o status das cargas. A consulta pode ser realizada ainda via WhatsApp, o que dá ao cliente mais autonomia, transparência e segurança em relação à cada etapa dessa jornada logística. E o melhor de tudo isso: a tecnologia não está restrita às grandes empresas, armadores e portos. Ela também está disponível para pequenos e médios negócios que precisam utilizar o transporte de cargas para expandir seus negócios.
É fundamental desmistificar que o uso da tecnologia seja para poucos e restrita às grandes corporações. Mais do que tecnologia, a transformação digital passa por uma mudança de cultura. Como explica Carol Dweck em seu livro Mindset — A Nova Psicologia do Sucesso, as pessoas com mentalidade fixa alcançam menos do que são capazes de fazer. Já aquelas com mentalidade de crescimento têm vontade de aprender e transformar desafios em oportunidades.
No setor logístico, o uso da tecnologia está diretamente relacionado à otimização de investimento e de tempo. Quando tarefas repetitivas são realizadas por robôs, criam-se novas oportunidades para que os profissionais se dediquem a funções mais estratégicas, priorizando o que é mais importante para as empresas: a experiência do cliente. Hoje, é possível, por exemplo, que todas as informações referentes ao embarque de uma carga e pagamento pelo serviço cheguem ao sistema do cliente sem interface humana.
O próximo passo é investir cada vez mais em Blockchain, sistema de registro de informações que torna praticamente impossível alterar, hackear ou trapacear os sistemas. Dessa forma, exportadores, linhas de navegação, operadores portuários e terminais, transporte terrestre e autoridades alfandegárias podem se conectar para acompanhar o envio de dados em tempo real. O objetivo é tornar os processos mais fluidos e seguros, contribuindo para a prevenção de crimes e, consequentemente, crescimento do setor.
Com processos mais ágeis, as empresas podem testar modelos de negócios, estabelecer metas (KPIs), monitorar a performance e, se necessário, fazer ajustes para trazer resultados mais satisfatórios. Nos clientes em que temos a oportunidade de desenvolver um trabalho colaborativo de avaliação, diagnóstico e implementação de novas tecnologias, os resultados aparecem naturalmente, superando todas as expectativas. Ao ganhar escala no fluxo de trabalho, a corporação se torna mais eficiente, reduz custos, desburocratiza os processos e mostra que pode ser utilizada de forma amigável por empresas de todos os tamanhos e setores.
(*) Rafael Dantas é Diretor de Vendas da Asia Shipping, maior integradora logística da América Latina e a única da região presente no Ranking dos 50 maiores agentes de carga do mundo.
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Criada em Santos em 1996, a Asia Shipping é uma multinacional brasileira que atua na gestão de processos logísticos de mercadorias tanto na importação quanto na exportação, utilizando diversos modais como aéreo, marítimo e rodoviário. Além disso, a companhia também é especializada em Inteligência Fiscal e Tributária, Desembaraço Aduaneiro e Seguros de cargas.
Com 26 anos, a Asia Shipping é a maior integradora logística da América Latina e a única da região presente no Ranking dos 50 maiores agentes de carga do mundo. Também foi certificada pelo Great Place to Work como uma das “Melhores Empresas para se Trabalhar” no Brasil. A companhia está em 12 países, com 40 escritórios no mundo — 11 no Brasil — e mais de 1.000 colaboradores. A empresa aderiu ao Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado, o OEA, e ao Pacto Global da ONU.