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Torcedores da Croácia hostilizam goleiro do Canadá e exibem faixa alusiva a massacre de 1995

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Croatas levam a estádio bandeira em referência a episódio que culminou na expulsão de mais de 250 mil sérvios em Knin, onde o jogador nasceu

Não bastasse a eliminação precoce na Copa do Mundo do Catar, o goleiro e capitão canadense Milan Borjan, 35 anos, foi hostilizado durante toda a partida em que sua seleção perdeu por 4 a 1 para a Croácia, neste domingo, pela segunda rodada do Grupo F.
Torcedores croatas xingaram o jogador e até sua família que estava no estádio Internacional Khalifa, além de exibir uma bandeira em provocação direta ao jogador. O motivo? Política e história.

Borjan nasceu na hoje cidade croata de Knin, em 1987, mas já afirmou diversas vezes que nasceu na República Sérvia da Krajina, que em 1991 se proclamou independente dentro da própria Croácia em meio à dissolução da antiga Iugoslávia, apesar de não ter sido reconhecida internacionalmente. O jogador do Estrela Vermelha, da Sérvia, não se reconhece como croata.

De etnia sérvia, Borjan fugiu da região com os pais em 1995, primeiro para Belgrado e depois tendo imigrado para o Canadá em meio à chamada “Operação Tempestade”, que expulsou da região mais de 250 mil sérvios e matou mais de duas mil pessoas, a maioria civis.

Neste domingo, no estádio, uma bandeira levada por torcedores croatas fazia referência ao evento de 1995. A bandeira de uma empresa de tratores – em alusão ao fato de os sérvios deixarem Krajina em tratores após uma das maiores limpezas étnicas em solo europeu – trazia escrito por cima os seguintes dizeres: “Knin 1995 – Nada corre como Borjan”, criticando também o fato de o jogador e sua família terem deixado o país. Em Knin hoje restam menos de 10 mil sérvios.

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Milan Borjan, goleiro da seleção do Canadá, foi hostilizado por torcedores croatas na Copa do Mundo — Foto: Patrick T. Fallon / AFP

Milan Borjan, goleiro da seleção do Canadá, foi hostilizado por torcedores croatas na Copa do Mundo — Foto: Patrick T. Fallon / AFP

 

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