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Abertura da Copa tem protesto por cerveja e debandada no intervalo

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Equatorianos reclamaram da proibição da bebida, enquanto os cataris se irritaram com o time. A potência do ar condicionado no estádio também incomodou e fez muita gente passar frio

– Queremos cerveza! Queremos cerveza!
Era um protesto, mas também uma comemoração. Quando Emer Valencia anotou o segundo gol da vitória do Equador sobre o Catar no jogo de abertura da Copa do Mundo de 2022, a torcida vestida de amarelo explodiu de alegria e também aproveitou para lembrar do que fazia falta naquele estádio. Quando o juiz italiano Daniele Orsati apitou o fim do primeiro tempo, o placar de 2 a 0 foi a senha para que muitos cataris deixassem o Al Bayt, estádio com capacidade para 60 mil pessoas erguido no meio do deserto ao custo de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões).

– Decepcionante. Claro que nós vamos nos outros jogos, mas esperávamos um pouco mais do time – resumiu Ahmed Almosleimei, que deixou o jogo ao lado do amigo Abdulaziz Al Asghar.

Perto deles, um grupo de mulheres cataris também se dirigiam para a saída. Evitavam criticar o time ou o técnico, mas deram a entender que continuariam lá dentro se o placar fosse outro.

O jogo terminou sem cerveja, como começou, e sem comida no Al Bayt. No intervalo, já era possível notar que todo o estoque, tanto nas lojas para torcedores, quanto para a imprensa. Lá dentro, enquanto os locais deixavam o estádio em ritmo mais alto do que o visto no gramado, os equatorianos se divertiam como era possível – sem cerveja. Faltando poucos dias para começar a Copa, a família real do Catar decidiu que não haveria cerveja nem nos entornos dos estádios, como a própria Fifa havia documentado em seu site, num guia para torcedores.

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– Nós somos sul-americanos, para nós o estádio precisa ter uma cerveja. E cerveja com álcool – disse o torcedor Byron Espinoza, ao lado da mulher, Veronica Gallegos, enquanto enfrentavam uma pequena fila para comprar… Cerveja sem álcool.

Quem também abraçou o espírito “é o que temos” foi um grupo de amigos do Paraná, que está no Catar para acompanhar presencialmente a quarta Copa do Mundo seguida. Viajaram de São Paulo a Doha no mesmo voo que Galvão Bueno e foram direto do aeroporto para o estádio.

– A gente estava que nem o Cléber Machado enquanto acompanhava o noticiário sobre a venda de cerveja na Copa: “Hoje sim, hoje sim, hoje não…” – riu Luis Felipe Guimarães, que viajou ao Catar junto com o irmão, Carlos, e com os amigos Luciano Sponchiado e Everson Mizzga. Eles também enfrentaram a fila para pagar R$ 45 em copos de meio litro de cerveja sem álcool.

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