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Com ou sem emoção?!

Não faltam frentes no ambiente do poder. Existem pautas já definidas pra os primeiros dias de retorno, seja no Legislativo, seja no Judiciário. Leia coluna de Genésio Júnior.

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Foto: Divulgação

 

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente nacional licenciado do Progressistas, talvez o mais importante em momento de intensa crise nacional para o cargo desde da retomada democrática, deu relevantes entrevistas nessa última semana. Impressionantes dois momentos.

Na primeira entrevista, quis colocar ordem na coisa, dizendo que o Governo realiza e que não se deve confundir com posições e falas do Presidente Bolsonaro, que o Lula de hoje não é o mesmo de 2022, que as pessoas não querem personalidades do Partido dos Trabalhadores mandando de novo, que o jogo não está jogado e que Bolsonaro vai vencer pois a economia vai melhorar.

Na outra entrevista, falou já sob o abalo de Bolsonaro ter se negado a depor na Polícia Federal (PF) atendendo determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, para falar sobre divulgação de inquérito sigiloso da mesma PF em live de agosto de 2021 sobre insegurança da urna eleitoral que, na prática, não se confirmou. Ciro Nogueira chegou a dizer que não tem poder maior que o outro.

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Ciro disse que “não é o momento” para mais uma briga entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Judiciário. Ciro disse que para as pessoas que estão em casa sofrendo, desempregadas, não faz sentido olhar para a televisão e ver Moraes e Bolsonaro brigando. Disse mais: “Esses conflitos não fazem bem, principalmente neste momento, não é o momento de nós estarmos brigando”, disse.

Nessa outra entrevista, Ciro Nogueira, teve que funcionar como bombeiro, o tal amortecedor. Na crise do 7 de setembro ele foi pouco ouvido. Bolsonaro usou a experiência e a intermediação do ex-presidente Michel Temer, que tinha indicado Alexandre de Moraes para o cargo. Naquela época. Bolsonaro dizia que não atenderia determinações de Moraes. Parecia a iminência de um golpe, que não veio.

Bolsonaro, como se sabe, não foi ao depoimento pois já sabia que a Polícia Federal iria confronta-lo com os indícios fortes de que ele cometera crime, sim, no inquérito que foi pedido pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro mandou carta a PF defendendo seu direito de “ausência”, dizendo que o STF já decidiu que a condução coercitiva não é legal, como defendeu o PT e Lula. Bolsonaro, no final de semana, evitou polêmica e se serve de argumentos jurídicos, não do confronto. Deixou a impressão que está atendendo seu bruxo político, Ciro Nogueira.

Tudo indica que a semana não será fácil. A Oposição vai colocar fogo no parquinho pedindo que o STF não deixe o assunto do jeito que está. Na prática, a oitiva de Bolsonaro na PF está mantida.

Ciro Nogueira, tudo indica, continuará atuando firme numa ação política e jurídica. Nesta semana se retomam as atividades nos poderes que saíram de recesso. O retorno sob os efeitos intensos da nova onda de covid-19, sob a variante Ômicron, que fizeram o trabalho presencial de suas excelências em Brasília ser podado, não deve visto como desprezível nesse cenário. Os problemas tendem a ser confrontados com outros dilemas e enfrentamentos.

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Não faltam frentes no ambiente do poder. Existem pautas já definidas pra os primeiros dias de retorno, seja no Legislativo, seja no Judiciário.

Certamente, além de conduzir as escolhas orçamentárias do país, como já se sabe, Ciro Nogueira se vê obrigado a conduzir talvez sua maior missão no cargo, um equilíbrio entre os poderes ao menos até a chegada do segundo semestre, quando o momento eleitoral ficará na conta do imprevisível.

Falou-se aqui das duas entrevistas de Ciro Nogueira: uma ativa e outra reativa. Ciro é um agente público do concerto, da conversa, ele sabe que se voltar um ambiente de conflito entre os poderes agora, o Governo não vai perder só o primeiro trimestre, mas todo o semestre, fazendo os agentes econômicos ficarem ainda mais assustados do que estão. Se desandar agora, não é Lula que vai crescer, pois ele parece já ter chegado no teto, mas nomes alternativos.

Ciro falou bem, ninguém, na população, ganha com esse desentendimento dos poderes. A sociedade, que até antes do tempo se liga nas eleições de outubro, por incrível que parece, poderá ver que uma alternativa deve ser buscada e que se deve pensar nela o quanto antes. O pior dos mundos para os articuladores de Bolsonaro, no segundo turno contra Lula, é uma alternativa.

Bolsonaro dando mais uma sinalização de que só pensa em atender os seus radicais gera mais dificuldades para Ciro Nogueira, e sua turma, para impedir debandadas.

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Não podemos esquecer que o segundo trimestre do ano promete começar muito influenciado pela pauta internacional, face o aumento dos juros nos Estados Unidos.

Com Bolsonaro sendo mais pelo bolsonarismo do que pelo Centrão deveremos ter um fevereiro muito difícil. O que se vê até aqui não é isso. A boa prática recomenda jogar com outras armas. Vamos acompanhar de perto se isso vai se dar.

Teremos emoções de sobra?! Resta aguardar!

por Genésio Araújo Jr, jornalista.

 

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