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Economia

Banco Central justifica inflação acima da meta

Segundo BC, pandemia e crise hídrica fizeram inflação passar meta.

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Foto: Divulgação

 

O Banco Central (BC) justificou nesta terça-feira (11) que a pandemia de Covid-19, a elevação do preço global das commodities (bens primários com cotação internacional) e a crise hídrica foram os principais responsáveis pela inflação estourar o teto da meta de 3,75% em 2021, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, enviou uma carta por determinação legal ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando a inflação oficial de 10,06% registrado no ano de 2021, bem acima da meta estabelecida pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta de inflação oficial para o ano passado estava em 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O índice, portanto, poderia variar entre 2,25% e 5,25%. Essa foi a sexta vez, desde a criação do sistema atual de inflação, em que o presidente do BC teve de justificar o descumprimento da meta.

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A última vez tinha sido em 2017. Naquele ano, porém, a inflação encerrou abaixo do piso da meta, em 2,95%, contra um limite mínimo de 3% para o IPCA.

Segundo Campos Neto, a grande parte da inflação alta em 2021 foi um fenômeno global impulsionado pela pandemia. Para Campos, a doença afetou fluxos comerciais em todo o planeta, criando gargalos na distribuição de produtos.

“As pressões sobre os preços de commodities e nas cadeias produtivas globais refletem as mudanças no padrão de consumo causadas pela pandemia, com parcela proporcionalmente maior da demanda direcionada para bens. De fato, a aceleração significativa da inflação em 2021 para níveis superiores às metas foi um fenômeno global, atingindo a maioria dos países avançados e emergentes”, escreveu Campos Neto.

O principal fator para o desvio da inflação de 2021 em relação à meta veio da inflação importada, com contribuição de 4,38 pontos percentuais, cerca de 69% do desvio total, de 6,31 pontos percentuais. O destaque foi a elevação do preço internacional do petróleo, que encareceu os combustíveis.

“Destacam-se as contribuições de 2,95 pontos percentuais do preço do petróleo, 0,71 ponto percentual das commodities em geral, medidas pelo Índice de Commodities – Brasil (IC-Br), e 0,44 ponto percentual da taxa de câmbio”, disse, em carta divulgada.

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Em 2021, a inflação importada foi o principal fator que impulsionou a inflação. O destaque foi a elevação do preço do petróleo, que encareceu os combustíveis.

Depois da inflação importada, a inércia inflacionária foi o segundo fator que pressionou a inflação.

Já a bandeira tarifária de energia elétrica teve a contribuição de 0,67 ponto percentual, refletindo a adoção da bandeira escassez hídrica no final do ano passado.

“O fraco regime de chuvas levou ao acionamento de termoelétricas e de outras fontes de energia de custo mais elevado durante a segunda metade de 2021. Em setembro, foi criada e acionada a bandeira escassez hídrica, o que causou aumento de 49,6% sobre a bandeira anterior e de 5,8% sobre a tarifa de energia elétrica ante o mês anterior.” Essa bandeira fica em vigor, a princípio, até abril deste ano.

 

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