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Profissionais de saúde dão dicas de como viver o luto; saiba onde procurar ajuda na rede pública de João Pessoa

Ellyka Gomes

 

O Dia de Finados, neste 2 de novembro, resgata memórias felizes, mas, também, possibilita o retorno da dor do luto. Especialistas afirmam que é comum essa condição desencadear uma série de sentimentos, desde a tristeza até a raiva, e pode, ainda, afetar a cognição, gerando na pessoa enlutada confusão e descrença.

“O luto é uma reação normal e esperada diante a perda de algo ou alguém que era muito importante para nós. É um período de grande sofrimento, mas que é muito importante de ser vivido, inclusive, para a saúde mental”, ressalta a psicóloga Natalya Vasconcelos, especialista em saúde e cuidados paliativos.

A profissional destaca que é na vivência do luto que encontramos a possibilidade de adaptação à nova realidade que se apresenta, agora na ausência da pessoa amada. O sinal vermelho acende quando esta reação é desproporcional ao que se espera naquela cultura ou quando se prolonga por muito tempo, comprometendo a funcionalidade da pessoa.

“Neste caso, o luto pode se tornar uma doença em si mesma – e aí podemos estar falando de um diagnóstico psiquiátrico que chamamos de luto prolongado – ou o luto pode ser um ‘gatilho’ que desencadeia outros transtornos, como a depressão e o estresse pós traumático, por exemplo”, explica a médica psiquiatra Vanessa Gomes.

Segundo a especialista, o luto pode afetar fisicamente o corpo. É que nas situações de grande estresse, de modo geral, o nosso corpo pode promover o que chamamos de “resposta de luta ou fuga”, que é basicamente a resposta física que teríamos diante de um leão em uma savana, por exemplo.

“O coração acelera, a boca fica seca, as mãos tremem, a respiração fica ‘curta’. Quando começamos a reagir cronicamente dessa forma, o corpo sofre e podem-se instalar dores e disfunções”, afirma Vanessa Gomes.

A hora de pedir ajuda – Quando a vida de quem ficou começa a girar apenas em torno da morte do ente querido, é hora de pedir ajuda. A pessoa não consegue voltar a fazer suas atividades, não tem mais interesse no que antes gostava, tem dúvidas a respeito de sua própria identidade.

“O enlutado não consegue retomar o curso normal de sua vida, não enxerga perspectiva de melhora, não vê sentido nas coisas que antes lhe causavam prazer. Quando há risco à sua saúde física e mental, é a hora de procurar ajuda profissional para atravessar esse período”, destaca Natalya Vasconcelos.

A profissional ressalta que a família e os amigos são essenciais nessa fase. Muitas vezes não sabemos o que dizer para a pessoa que está em luto, mas a presença e algumas ações podem ser valiosas. Um bom começo pode ser perguntar ao enlutado o que ele precisa. Talvez ele não esteja em condições de cozinhar, levar o cachorro para passear ou resolver burocracias.

“Ajudá-lo com isso vai ser mais útil e acolhedor que qualquer discurso. Se realmente estiver em condições, coloque-se disponível. Pergunte se ele quer conversar e deixe-o falar, jamais repreenda caso ele só consiga lamentar sua perda”, explica.

 

Condições desencadeadas pelo luto:

–         No que diz respeito aos sentimentos, é comum que aconteça tristeza, raiva, ansiedade, saudades, culpa, fadiga, alívio, desamparo, solidão, choque;

–         Sensações físicas que podem ser esperadas: fraqueza muscular, falta de energia, falta de ar, boca seca, hipersensibilidade a ruídos, estranhamento de si, sensação de nada ser real, aperto no peito e garganta, vazio no estômago;

–         Comportamentos comuns: choro, hiperatividade e agitação, suspiros, procurar e chamar pela pessoa que se foi, visitar locais ou carregar objetos que tragam lembranças, apego aos objetos da pessoa que morreu, sonhos, evitação de lembranças, isolamento social, sono e apetite alterados, ausência de pensamentos;

–         A cognição também pode sofrer impacto, gerando quadros de alucinações, sensação da presença da pessoa, preocupação, confusão e descrença.

 

Como demonstrar respeito a uma pessoa em luto:

–         Deixe a pessoa chorar o quanto precisar;

–         Não diga que ela tem que ser forte, que ele tem que seguir a vida;

–         Não fale de como foi quando você perdeu alguém importante, esse é o momento de acolher a dor da outra pessoa;

–         Evitar comparações ou julgamentos sobre o tempo que cada um leva na vivência de seu luto;

–         Lembre-se: cada perda é única e por isso não existe um jeito certo ou errado de sofrer.

 

Onde procurar ajuda – Em João Pessoa, a depender do grau de sofrimento gerado pelo luto, pode-se procurar a ajuda de um profissional nas Unidades de Saúde da Família, nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou no Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm) para atendimento médico e psicológico.

 

Foto: Arquivo/SMS

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